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NOSSO MUNDO VIRTUAL



Esta página, onde procuramos desenvolver algumas idéias de filosofia econômica, inicia-se com uma imagem, talvez, inadequada, mas o gato é considerado um símbolo de comportamento autônomo e ele expressa a paz e a esperança de que as mais antigas utopias do homem se tornem possibilidades reais no atual nível de desenvolvimento e contrôle da ciência e da tecnologia

Vamos com êle!



INTRODUÇÃO

A Revolução Técnico-Científica

Com relação ao avanço tecnológico do capitalismo Marx dizia, pelo que se deduz, o seguinte:
Na medida em que o capital fixo cresce, na medida em que a produção passa a ser operada quase que totalmente pelo aparato tecnológico existente (onde já está incluida toda a mais valia arrancada de gerações e gerações de operários de todo o mundo; sangue,suor e lágrimas de milhões e milhões de proletários que estão ali materializados na tescnosfera das máquinas,equipamentos,instrumentos,computadores, engenharia de gestão etc.etc..) ela, produção, não depende mais dos trabalhadores e o lucro não depende mais da mais valia arrancada dos vivos, mas sim daquela extraída dos trabalhadores já mortos e embutida no aparato técnico.

O trabalhador deixa de ser o motor da história, como dizia ele e passa esta função para o consumidor. Neste nível de desenvolvimento das forças produtivas não é mais o tempo gasto na produção, as horas trabalhadas, que determinam o valor das mercadorias mas, ao contrário, o tempo livre, as horas livres, o lazer, o consumo, a demanda. E resumindo, basicamente conclúi, por paradoxal que possa parecer, que só com o aumento do consumo e com o fim da pobreza , se poderá garantir a prosperidade no futuro. Ou seja, só existindo consumidores é que as riquezas continuarão a crescer. E já agora produzidas sem trabalhadores e com uma capacidade produtiva jamais vista em qualquer outra época na humanidade.




Artigo de Janeiro/Fevereiro/Março(2000):

ECONOMIA VIRTUAL

O Modo de Produção Informatizado
(Trabalho, uma Paixão Inútil)


Chamamos de Economia Virtual, incluindo neste conceito o trabalho imaterial e o poder do conhecimento que lhe serve de base, ao modo de produzir permeado pela informação, porque é ela que determina o que, quanto e quando será produzido. Produzir just-in-time, ou em tempo real, tem por base o consumidor. Pois é na demanda que se localiza o crescente potencial produtivo. O raciocínio que Marx fazia ao prever o deslocamento da importância histórica do trabalhador para o consumidor está subjacente à aplicação da informática no mundo do trabalho e do emprego.

E não apenas Marx, este pensamento existe dentro de uma linha de economistas e pensadores atentos sempre ao progresso da técnica. Fourastié, seguindo Colin Clark, para quem o aumento da produtividade do trabalho constituía o fator essencial do progresso econômico, considerava o progresso técnico como o motor exclusivo da história e este progresso se baseava no fato de que é preciso cada vez mais trabalho passado para colocar em atividade o trabalho vivo, o que, na dinâmica do desenvolvimento, poderia derivar num desequilíbrio entre a estrutura produtiva e o consumo.

Esta discordância entre as duas estruturas constitúi o fenômeno central do crescimento econômico, isto é, o consumidor não absorve tudo o que o progresso lhes estaria proporcionando. Daí conclúi: "a longo prazo a produção deve-se submeter ao consumo". Apareceria então uma sociedade terciária, compatibilizando produtores e consumidores.

Esta nova civilização, Fourastié descreve como isenta de crises,desemprego,inflação,falências, etc... e prevê o fim do trabalho desumano e o aumento das especializações e qualificações (trabalhos de conhecimento); prevê a melhoria do aspecto estético do maquinário; prevê novos métodos de trabalho que permitem a cada trabalhador a iniciativa das atividades para as quais seja mais dotado e prevê a redução da jornada de trabalho.

De Titmuss do Partido Trabalhista Ingles: "se a primeira fase da chamada revolução industrial era para forçar os homens a trabalhar, a fase que estamos entrando agora pode muito bem ser para forçar muitos homens a não trabalhar". De Lafargue: "Mas convencer o proletariado de que o trabalho desenfreado a que se entregou desde o começo do século, é o mais terrível dos flagelos que já assolou a humanidade em todos os tempos e que ele deve ser regulamentado e limitado a um máximo de tres horas por dia, é uma tarefa árdua...limitar-me-ei a demonstrar que, dados os meios produtivos modernos e dada sua ilimitada potência reprodutiva, deve-se dominar a paixão extravagante dos operários pelo trabalho e obrigá-los a consumir as mercadorias que produzem"



Artigo de Abril/Maio/Junho (2000)

A ESSêNCIA FEMININA

Promessa de Felicidade

A visão que a mulher tem do mundo é só dela e é a forma feminina em si que determina esta visão. Uma visão absolutamente autônoma e que contraría a visão dominante, essencialmente masculina, contrariando assim a realidade da história no seu dia a dia.

A mulher em virtude desta sua feminidade representa para o destino de todos os seres humanos a abertura de imensos horizontes no caminho da liberdade e de um viver feliz. Até hoje na construção deste destino ela foi sempre a depositária maior do sofrimento humano devido à ausência de liberdade e de felicidade.

E é poristo que a mullher autêntica, a partir de suas verdades e qualidades, tem um poder inerente a ela mesma, capaz de mudar o pensamento e o comportamento sociais vigentes, tradicionalmente masculinos. Ela já trás consigo a capacidade de apontar com certeza os erros que fazem parte desta sociedade que aí está constituída. E mais, não vamos esquecer que ela acusa a partir de sua beleza e de sua liberdade de pensar e sentir autonomamente, portanto, quem acusa é a própria figura representativa do prazer e da felicidade perenes, sempre buscados, por todos, na terra.

O mundo em que vivemos melhora a cada dia. Os avanços da técnica e da ciência nos permitem assegurar que um futuro de abundância para todos os povos está bem próximo, mas neste futuro, para garantir que o uso daqueles avanços venham no sentido do bem e da felicidade do homem, nunca se fez tão necessária a liderança da mulher.

As diferenças sociais, étnicas, culturais e outras que existem entre as mulheres do mundo podem produzir diferentes posturas diante desta realidade, mas são apenas manifestações diferenciadas de uma mesma essência feminina comum, que transcende a realidade histórica. Esta essência comum às mulheres de todos os matizes, constitúi a própria verdade, o conteúdo mesmo da feminidade, do viver da mulher, que aparece na nossa existência como uma esperança concreta de uma vida feliz.

A essência feminina, em sua bela configuração, possúi hoje, nas condições atuais do mundo, uma imensa capacidade de liderar as mudanças em nossa existência, tornando-se até uma ideologia da felicidade, num mundo em que esta se torna, de forma crescente, uma possibilidade cada dia mais real.

Uma liderança de paz e sensibilidade, terna, sensual e prazeirosa, em substituição aos valores masculinos de competição, sacrifício, renúncia e ambição. Os homens só terão a ganhar deixando-se conduzir no processo histórico, doravante, pela razão feliz feminina, pela inteligência intuitiva feminina, pelas mãos conciliadoras, fraternais, solidárias e diligentes das mulheres. O mundo poderá, assim, caminhar mais rápido para um, digamos, perene final feliz.



Artigo de Julho/Agosto/Setembro (2000)

A POLÍTICA FEMININA

No mundo "Ideal"

Existe a idéia de que só através do atuar político se pode modificar a realidade. Neste sentido o atuar da mulher sempre foi inexpressivo. Portanto, para introduzir a mulher como um elemento político, capaz de influir decisivamente na realidade e transformá-la, precisamos antes de alguns esclarecimentos.

Acostumamo-nos ao ideário masculino na política; às ideologias do proletariado, burguesas, socialistas, liberais e outras, representativas de classes trabalhadores, elites e outros compartimentos da sociedade; partidos políticos representativos de interesses especificados e diversos, mas nunca representativos politicamente do feminino, ou do mundo da mulher, embora, sintomaticamente, nas últimas décadas esta problemática tenha começado a se modificar.

O mundo feminino permaneceu sempre afastado da política, como um mundo essencialmente caseiro, familiar e como tal, mais no âmbito dos sentimentos, da fantasia e que mais se serve da imaginação que da prática política. Tal como a natureza, que só recentemente passou a ser representada pelos movimentos políticos ecológicos. Também como a natureza a mulher foi inexorável e constantemente explorada ao longo da história, independentemente de regime político, crença religiosa ou sistema social.

A mulher e a natureza sempre fizeram parte de um mundo "ideal", de um mundo belo, feito de promessas de felicidade e prazer, mas sempre no mundo do imaginário; no ambiente onde prevalece uma consciência não real. Sempre exploradas, sem limites, mulher e natureza, nunca foram consideradas "econômicas". A mulher menos ainda que a natureza. Os recursos naturais, as terras, foram quantificados e remunerados ao servirem como fator de produção; o trabalho imanente à natureza feminina não. A mulher trabalhadora sim, mas como fazendo parte da massa de trabalhadores, ou seja, fator trabalho na produção e não como mulher.

Rosalind Miles diz em "A História do Mundo pela Mulher": "A visão de uma mulher amamentando um bebê, mexendo uma panela ou limpando o chão é tão natural quanto o ar que respiramos". Logo, sem valor econômico, sem valor de troca, exatamente como o ar que respiramos. Marx, indiretamente, completa muito bem esta idéia nos prolegômenos de sua poderosa teoria do valor: "Qual é a substância social comum a todas as mercadorias? É o trabalho. Para produzir uma mercadoria tem-se que inverter nela, ou a ela incorporar, uma determinada quantidade de trabalho. E não simplesmente trabalho, mas trabalho social. Aquele que produz um objeto para seu uso pessoal e direto, ou seja, para seu consumo, cria um produto, mas não uma mercadoria. Como produtor que se mantém a si mesmo, êle nada tem com a sociedade. Para produzir uma mercadoria é diferente .Tem de criar um artigo que satisfaça uma necessidade social qualquer e o trabalho nele incorporado deverá representar uma parte integrante da soma global de trabalho invertido pela sociedade".

Qual é portanto, a essência do que diz Marx? Simplesmente que o trabalho feminino não é social, embora seja trabalho - e quanto!, cozinhar, limpar, amamentar e tudo o mais que seja - não gera bens e serviços, ou seja, mercadorias. Como trabalhadora para si mesmo, seus filhos e marido: "nada tem com a sociedade". Eis a redução da mulher no interior mesmo da teoria do valor. E mais: o trabalho da mulher "não satisfaz uma necessidade social" e nem representa "uma parte integrante da soma global de trabalho invertido pela sociedade". O trabalho feminino, essencial,fundamental,vital,mas sem valor econômico é pois, autônomo e é dessa maneira que êle deve ser incorporado à política.



Artigo de Outubro/Novembro/Dezembro (2000)

TRABALHO FEMININO

Vital e Não Social.


Ainda quanto ao trabalho feminino vimos que pela teoria marxista do valor ele é inteiramente autônomo, desvinculado da sociedade e mais uma vez muito parecido economicamente com o ar que respiramos. Essencial, fundamental, vital, mas inteiramente sem valor, sem preço. Esta é a base econômica que sustenta a autonomia feminina e seu distanciamento do mundo áspero do trabalho social e das relações sociais que vigoram. A mulher expressa, assim, como mulher mesma, autonomamente, uma verdade, uma experiencia e uma gama de necessidades que embora não diretamente vinculadas à realidade produtiva são componentes que devem ser incorporados à política e nela serão essenciais.


A simplificação do papel da mulher foi uma forma de anular, uma forma de reduzir sua importancia politica. Seu poder foi absorvido pelas entidades politicas do mundo masculino e por meio destas se expressavam. Foi portanto facil considerar a mulher como estando devidamente relacionada com as relações produtivas e conectada à divisão de classes da sociedade, uma mulher proletária, seria representada como proletária , mulheres burguesas como burguesas, nunca como mulheres autônomas. Assim o feminino se confunde com o interesse político de classe e os conteúdos politicos de classes coincidem e anulam a qualidade genérica do feminino. Tambem deste modo, historiadores, cientistas e observadores sociais, exprimem os interesses sociais e de classe anulando a mulher como mulher.
Isto determinou que as relações sociais de produção deveriam estar representadas na mulher fazendo parte de sua lógica interna, não algo imposto de fora.

Suas idéias, seu comportamento social, suas expectativas e interesses refletiriam o modo de produzir da base material da sociedade; mas como? se era ali mesmo, na base material da sociedade que a mulher nada tinha a ver com esta mesma sociedade; seu trabalho não era considerado social, não gerava valor e portanto não integrava a "soma global de trabalho invertido pela sociedade"; mas na verdade o seu trabalho "sem valor" esteve sempre embutido nos diversos modos de produzir socialmente ao longo da historia; como companheiras de seus homens explorados em todas as formas historicas de trabalho: companheiras do homem quando escravo, quando servo, quando proletário, foram sempre duplamente exploradas . Seu trabalho, "sem valor", jamais obedeceu a um limite de horario para a jornada diaria, esteve, sempre, limitado tão somente pelo limite de sua exaustão física.


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Ecogenia Marxista



Artigo Quinto





A Mulher na Ecogenia Marxista

No trabalho assalariado Marx mostra que o valor do trabalhador, ou melhor, de sua força de trabalho, vendida ao empresario, por determinado número de horas diárias, é medido da mesma maneira que se mede qualquer outra mercadoria, ou seja, pela quantidade de trabalho necessária para produzi-la.

Qual seria pois a quantidade de trabalho necessária para produzir a força de trabalho de um homem? Ensina Marx: "A força de trabalho de um homem consiste, pura e simplesmente, na sua individualidade viva. Para poder CRESCER e manter-se, um homem precisa consumir uma determinada quantidade de meios de subsistência e o homem como a máquina, se gasta e tem que ser substituido por outro homem.

Além da soma de artigos de primeira necessidade exigidos para o seu proprio sustento, ele precisa de outra quantidade dos mesmos artigos para CRIAR determinado número de filhos, que hão de substitui-lo no mercado de trabalho e PERPETUAR a raça dos trabalhadores.

Ademais, tem que gastar outra soma de valores no desenvolvimento de sua força de trabalho e na aquisição de uma certa habilidade." Mais adiante, resumindo, Marx indica claramente: "o valor da força de trabalho é determinado pelo valor dos artigos de primeira necessidade exigidos para PRODUZIR, DESENVOLVER, MANTER e PERPETUAR a força de trabalho.

Grifamos onde se "esconde" o trabalho feminino. Na produção de filhos, na sua criação, nos trabalhos domésticos, preparando os meios de subsistência para o trabalhador consumir e manter-se e ainda na educação primordial para capacitar o filho, futuro trabalhador, a desenvolver suas habilidades.

E até hoje é assim. Quem trabalha para produzir, desenvolver, ajudar a manter e sobretudo perpetuar a força de trabalho é a mulher. O homem, entretanto, é quem recebe, pelo seu trabalho social, o valor ou preço do trabalho, medido pelos valores das mercadorias necessárias a manutenção da familia. O trabalho geracional da mulher não é integralmente considerado, nem remunerado, nem social é, embora uma parte da remuneração esteja embutida no valor do trabalho social do homem.

Desta forma, tanto da parcela do salário quanto da parcela do lucro - que para Marx é a parte não paga de salário por horas trabalhadas além das necessárias à sua manutenção - e, portanto, da totalidade do valor, a mulher não participa integralmente. Apenas trabalha, sem receber, para produzir um homem.

O que nos permite afirmar que uma parte da soma de salários e lucros ate hoje acumulados pela humanidade foi gerado, mas não remunerado, pelo trabalho feminino, invisível, na perpetuação da ecogenia laboral.

*(ver Apêndice 1 - O salário Imaginário - das páginas 7 final até 11-).




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