Autismo
Em 1943 o psiquiatra americano Leo Kanner, que
trabalhava em Baltimore nos Estados Unidos, descreveu
em uma publicação científica onze casos clínicos de
crianças com "distúrbios autistas de contato afetivo" e
apresentou a primeira tentativa teórica para explicar tal
alteração. E utilizou o termo "autista" para caracterizar a
natureza do transtorno, termo que foi introduzido em
1911 pelo psiquiatra Eugen Bleuler para referir-se ao
quadro de esquizofrenia que consiste na limitação das
relações humanas e com o mundo externo.
Autismo provém da palavra grega "autos" que significa
"em si mesmo" e ao contrário da esquizofrenia descrita
por Bleuler o quadro de autismo parecia se fazer presente
desde o nascimento.
Nos onze casos descritos por Kanner foram
levantados os seguintes sintomas básicos:
isolamento
insistência obsessiva em manter rotinas
tendência a ter centros de interesse limitados.
Mais recentemente Lorna Wing descreve o que
conhecemos como "Tríade de Wing": as pessoas com
autismo apresentam déficits específicos nas áreas de
imaginação, socialização e comunicação. Bem como
pesquisas que evidenciam uma causa biológica para este
transtorno.
Se hoje temos o conhecimento de que existem níveis de
autismo, bem como níveis de retardo mental associado,
podendo este nem estar presente, seria natural pensarmos
em um continuum ou espectro mais amplo de tal
desordem. Se tal conceito é aplicado na prática, a
ocorrência deste quadro sobe de 4 casos a cada 10.000
nascimentos para 20, conforme estatísticas da escola
inglesa.